Rumo ao Sul

Os dias voam e depois dos quatro primeiros dias em Lisboa, que foram inesqueciveis, com direito a Cidade Alta, Baixa, Alfama(uma noite surpreendente de Fado, velório e Bar Latino), Belém, terminamos esta primeira etapa na capital visitando o Oceanário. Para mim, igualmente imperdível com um enorme aquário que revisita todos os oceanos e no qual encaramos de frente tubarões, lontras, anemonas,  peixes-dragões e muito outros seres subaquáticos e algumas aves das regiões oceânicas. Não vou descrever muito sobre as idas e vindas pelas terras lisboetas pois meu companheiro Joca já o fez. Mas não posso deixar de falar do encontro que tive com minhas até então desconhecidas primas portuguesas. Luisa nos pegou no hotel e fomos a Cascais onde visitamos a Boca do Inferno(falésia rochosa onde o mar bate com força surpreendente nas rochas e penetra entre grutas) e encontramos com quase toda a família de Manuelinha. Luis, um gentleman, traçou para Joca algumas alternativas viageiras. Agora é bola pra frente e o rumo foi sul. Alugamos um carro e seguimos rumo ao Algarve, a região mediterrãnea tão requisitada no verão, mas que no inverno fica mais a olhos que a mergulhos, se é que me entendes. Partimos da capital sempre costeando o litoral do Alentejo, Sines foi a primeira parada onde perambulamos um pouco em busca de hospedagem, mas resolvemos seguir um pouco mais para a pequena vila de pescadores Porto Covo. A melhor escolha. Sines, uma cidade pequena se transformou em um porto de trabalhadores. Ali encontra-se a única refinaria de petróleo de Portugal, e trabalhadores de vários sítios e principalmente da Espanha ocuparam as pensões, albergarias e hotéis locais, inflacionando muito o preço das hospedagens. Como já era tarde jantamos no restaurante da mesma pensão em que dormimos "Zé Inácio" e ali experimentei o Polvo `a Lagareira(polvo cozido e posteriormente assado com muito azeite e alho e acompanha couve, batata ao murro e cenoura), mais uma maravilha da culinária Lusa. Aliás a culinária daqui vai merecer outros muitos posts em sua homenagem, porque é fascinante, imperdível e a cada cidade quilinhos a mais vão sendo adquiridos com muitos sorrisos. Saimos desta simpática e conservada vila de pescadores tendo como destino Sagres. Vila Nova de Milfontes, Almograve, Cabo Sardão e  Zabungeira do Mar com suas lindas flores silvestres amarelas colorindo o inverno luso. Daí cruzamos a fronteira do Alentejo ao Algarve e chegamos a Sagres e sua fortaleza que é o ponto mais a oeste da Europa. Dali avistavam o além mar e imaginaram que o Cabo de São Vicente era o Fim do Mundo... Lugar incrível. A pontinha da Península Ibérica. Já noite e depois de passar horas no Forte de Sagres, decidimos seguir até Lagos. Ótima escolha! Cidade linda, conservada em seu centro histórico, preço bom de pensão(30ER), paramos aí. Afinal dormir é preciso pra navegar sempre!