Évora

Na cidade de Évora, o centro é todo murado, pois era fortificado na Idade Média, então tem-se uma cidade moderna com uma muralha medieval no dentro dela. Entramos na cidade antiga atrás de um hotel ou residencial, havia alguns no guia, próximos a Praça do Giraldo, mas não a encontrávamos, paramos em um café para perguntar, e aproveitei para tomar uma cerveja, pois o stress da viagem já batia forte, estávamos perto, mas ao tentar chegar seguindo a explicação do atendente do café acabamos saindo da cidade velha, algumas voltas depois, a encontramos finalmente.

 
Havia um hotel e o Residencial Diana, de uma senhora a Lourdes, de oitenta e tantos anos, optamos por este que tinha um aspecto muito antigo, como a proprietária, não serviam pequeno almoço nem havia internet, mas por 35 euros estava bom demais. Ela e uma portuguesa que estava hospedada também, nos recomendaram um restaurante bem ao lado do residencial, entre este e a praça do Giraldo o Mr. Pickwik, apesar do nome inglês, era típico português, e não aceitava cartão, comi um delicioso Carril de Mariscos, que é como chamam o  curry indiano, carril, e Tânia comeu um Bacalhau ao forno, redundante, mas irresistível,


uma curiosidade do local, que depois veria em vários outros locais de Évora, são os tetos curvos das salas, esse era de tijolos, havia vários de tipos diferentes, mas todos curvos, abobadados como os de igreja, oferecem maior resistência ao próprio peso que os planos. Depois do jantar, ainda demos uma volta pelos bares da praça, em um deles, iria rolar um jazz convidativo, em uma espécie de clube, no qual, quem não é sócio, paga pra entrar, coisa normal, de 3 a 5 euros, mas o cansaço falava mais alto e acabamos indo dormir.
 

No outro dia pela manhã acordamos já resolvidos a ficar um dia a mais nesta cidade, não daria para conhecer tudo aquilo em uma só manhã, então tomamos um pequeno almoço, na praça do Giraldo, nos cafés com mesas espalhadas pela praça, local muito agradável, por onde passavam turistas, locais, vendedores, e até um casamento fazendo fotos ao lado da fonte.


Depois do café, vamos aos passeios para conhecer a cidade, queríamos conhecer o Templo de Diana, do qual muitos haviam falado, mas seguimos o caminho do Circuito Medieval, que nos levou por muitos arcos, aquedutos, casinhas apertadas em ruelas estreitas, de um tempo que jamais imaginavam que existiriam automóveis, construções que se somam nos séculos, juntando estilos e texturas de materiais os mais diversos.


 
Até uma grande praça na beira de uma igreja onde uma senhora, a Conceição, estava na soleira de uma porta muito florida, com vários vasos pendurados por cima, e ela toda orgulhosa que havia ganhado o concurso de fachadas que haviam promovido no ano anterior!


Ali perto havia a porta velha, um local por onde se saía da cidade, nos tempos medievais e hoje se acessa a parte nova da cidade, por esse caminho também se passa por muitas igrejas e a universidade de Évora, com um belo Átrio, umas caminhadas a mais e talvez um pouco perdidos, terminamos o circuito medieval já no meio da tarde e até então nada do Templo de Diana, então voltamos a Praça do Giraldo e descobrimos que o Templo estava a poucas quadras acima.



Era impressionante o tamanho, colunas de pedras empilhadas, que sempre me trazem a pergunta, de como é que conseguiam fazer este tipo de coisa naqueles tempos, haja escravos, o ser humano deve ter sofrido muito em sua história, para conseguir construí-la.
Descemos a praça novamente em direção ao mercado, onde compramos queijo e vinho, e o vendedor explicou o motivo do nome porco preto, um prato local, é o porco selvagem que não come ração e tem as patas negras, como o espanhol.
Depois fomos a uma igreja que tem um porão soturno demais, com todas as paredes forradas de ossos e crânios de cadáveres humanos, coisas de monges medievais que ainda colocaram uma inscrição: "Nós ossos que aqui estamos, pelos vossos esperamos" depois desse mergulho em um cemitério de tumbas abertas, voltamos ao espaço aberto do Templo de Diana, para curtir um fim de tarde com a lua nascendo.


Um relax no residencial Diana, com direito a vinho, queijo e livros da "Biblioteca de D. Lourdes" e saímos para jantar em um pequeno restaurante que havíamos visto pela manhã. Depois de uma boa procura, pois as ruas são todas parecidas e para lembrar de uma caminho feito horas antes, parece fácil até que o tente fazê-lo, encontramos o pequeno restaurante, que estava repleto com apenas uma mesa lotada, com toda uma família dos avós aos netos comemorando um aniversário, programa familiar, coisa típica de portugueses. O proprietário nos arrumou uma pequena mesa e foi divertido estar ali a comer em meio de uma festa familiar, parecíamos intrusos por um lado, mas observar aquela gente foi uma experiência interessante. Pós jantar, descansamos no residencial um pouco mais e fomos ver o show de um cantor de Cabo Verde, chamado Lulas, no Centro Cultural Celeiros, demorou um pouco para começar, mas a espera valeu, além do Lulas cantar muito bem, coisas Caboverdianas, sobre Pasárgadas e outras histórias, o público, jovem estudantes era bom de se observar, relembrando pessoas e histórias de nossas próprias vidas.

2 comentários:

  1. Esse vamos passar férias no Sul de Portugal , o artigo ajudou muito a escolher lugares para visitar.

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  2. Que bom Fabricio, ficamos felizes. Aproveite sua viagem. O sul de Portugal e lindo!

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